Minha arte é o convite ao mergulho. É a pausa - suspensão. É um lugar - o acesso. É a música cantada pelo silêncio - o fundo musical dos meus pensamentos. 

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O mergulho para dentro de minha mente liberta a respiração enclausurada do cotidiano. Respiro. A espontaneidade submerge ensinando a coreografia da vida: a corajosa aceitação do que se pode ou não controlar. O ar que encontro ao emergir suspira em meus ouvidos: bom devir. As formas vão se criando, os caminhos são personificados e assimilam os erros, encontram as brechas e convida a ação. O movimento se inicia. Seguir até o limite da coragem. Parar. Amparar. E continuar: a única exigência da vida.  Os traços  encurralam a noção de erro, o que antes era labirinto, se torna abertura. O que antes era aleatório, transforma-se em harmonia. É a partir do silêncio que a música é composta. É a partir do mergulho que se respira.

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A prática de Renata Ludwig é fruto de anos de pesquisa autodidata em temas complexos da imersão através do insconsciente. Através do estudo de perspectiva, formas e volumes, Renata ao contrário de ansiar por respostas, deseja alcançar novas perguntas. Na contemporaneidade em que o ponto de exclamação é regra, a indagação se torna revolucionária. 

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Através do Parque Lage, encontrou na técnica o dispositivo de sua liberdade criativa. A busca da textura do que é invisível; a concretude da subjetividade; o ponto de encontro entre os contrastes e a harmonia entre os opostos.

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Fiel a antropofagia se nutre de Klimt, Escher, Paula Rego e as cerâmicas Nordestinas. A arte abstrata pode ser mais realista que a própria cujo nome a designa como tal. O que seria a realidade se não a projeção de nosso mundo interior?

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Sua arte é mais um lugar para estar do que algo a se ver. O lugar que possibilita a alforria dos pensamentos: o movimento só começa quando o pensamento acaba. Que a entrega se faça presente. Bom devir.

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